MESTRE DE CULTURA POPULAR (1) é todo aquele que cresceu em meio à cultura popular tendo recebido sabedoria, conhecimento e habilidades artísticas e culturais de pai para filho através da oralidade. Além disso, (2) um mestre precisa ter autonomia suficiente para transmitir o que aprendeu para as gerações mais novas (filhos, netos, bisnetos etc.) e, assim, dar continuidade à preservação de uma ou mais expressões da cultura popular local, bem como (3) ser reconhecido pela sua comunidade (ou seja, ter representatividade local) e ser produtor de cultura.
Antônia Maria Rodrigues nasceu em 1950, na Ilha de Itamaracá. Desde cedo esteve presente nas manifestações populares da cidade, principalmente nas rodas de coco e de ciranda. Segundo relata, por volta dos 08 anos de idade, foi convidada por seu pai, Manuel Rodrigues, a "puxar um coco" (cantar uma música de coco) em uma sambada e assim teve sua habilidade para o canto reconhecida. Além da influência direta de seu pai, teve também influência de Mestre Baracho (Nazaré da Mata), de sua tia Docelina (Ilha de Itamaracá) e do cirandeiro Passos (Itapissuma), entre outros mestres e mestras de cultura popular do passado.
Antônia Rodrigues aparece pela primeira vez na mídia como "mestra" na série de reportagens da TV Cultura, Os Brincantes. Na época, o seu gênero predominante era a ciranda e seu grupo se compunha por cerca de vinte pessoas. Contudo, Mestra Totinha sempre esteve envolvida com diversas manifestações populares: coco, ciranda, pastoril, bandeiras e quadrilhas juninas, blocos carnavalescos etc. A tradição que começa com os seus antepassados é perpetuada entre filhos, netos e outros familiares, assim como também a todos que se engajam com o seu modo de vida.
Em sua comunidade, assim como em toda a Ilha de Itamaracá, Antônia Rodrigues é conhecida por seu trabalho. Suas músicas são tocadas na rádio da cidade e sua presença é requerida nos festejos de diversas comunidades da Ilha, tendo recebido homenagens de escolas do Litoral Norte de Pernambuco e da Prefeitura de sua cidade (em 2013 e em 2017).
Mestra Totinha também faz (literalmente) cultura: em 2013, lançou um EP com 03 músicas autorais: Boa Noite!, Totinha Chegou Pra Vadiar e Rabo de Pavão (ouça aqui). Além destas, também são sua autoria: Saia Rodada e Eu abalei, ele abalou.
Como nasce um mestre
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| Desfile de 07 de setembro de 2014. Itamaracá, Pernambuco. |
Antônia Rodrigues aparece pela primeira vez na mídia como "mestra" na série de reportagens da TV Cultura, Os Brincantes. Na época, o seu gênero predominante era a ciranda e seu grupo se compunha por cerca de vinte pessoas. Contudo, Mestra Totinha sempre esteve envolvida com diversas manifestações populares: coco, ciranda, pastoril, bandeiras e quadrilhas juninas, blocos carnavalescos etc. A tradição que começa com os seus antepassados é perpetuada entre filhos, netos e outros familiares, assim como também a todos que se engajam com o seu modo de vida.
Em sua comunidade, assim como em toda a Ilha de Itamaracá, Antônia Rodrigues é conhecida por seu trabalho. Suas músicas são tocadas na rádio da cidade e sua presença é requerida nos festejos de diversas comunidades da Ilha, tendo recebido homenagens de escolas do Litoral Norte de Pernambuco e da Prefeitura de sua cidade (em 2013 e em 2017).
Mestra Totinha também faz (literalmente) cultura: em 2013, lançou um EP com 03 músicas autorais: Boa Noite!, Totinha Chegou Pra Vadiar e Rabo de Pavão (ouça aqui). Além destas, também são sua autoria: Saia Rodada e Eu abalei, ele abalou.
"Mestre" e "mestra" não são títulos atribuídos a qualquer pessoa que participa em manifestos populares, mesmo que de longa data, mas que esteja inserido na tradição oral de determinada região desde seus ancestrais, transmita seu conhecimento às gerações mais novas, seja reconhecido pela sua comunidade e que seu trabalho tenha somado à cultura popular.
Para saber mais: Quem foi Mestre Baracho?
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